O QUE OS OLHOS NÃO VÊEM…
Advogar exige raciocínio rápido e inteligência.
Durante um julgamento, o quadro era o seguinte:
a) O réu, acusado de homicídio;
b) O Júri, com uma lista de malfeitos do réu;
c) O Advogado, que tinha, como único apoio para a defesa de seu cliente, o fato de que o cadáver ainda não tinha sido encontrado.
E o Advogado agarrou-se a esta única esperança de livrar o seu Cliente da condenação.
De maneiras que ele falou aos Jurados:
— Minhas Senhoras, e meus Senhores, eu deixei por último uma surpresa para vocês. Com a mesma certeza que eu tenho da inocência de meu Cliente, eu lhes digo: Dentro de um minuto o homem que se presume ter sido morto por meu Cliente vai entrar bem vivo por aquela porta deste Tribunal.
Todos os Jurados olharam para a porta de entrada do tribunal, e assim permaneceram durante um minuto.
Contudo extinguiu-se o tempo proposto pelo advogado, e por ali ninguém entrou, quanto mais a esperada vítima do réu em julgamento.
Então o advogado, com ar de vitorioso, disse aos Jurados:
— Bom, eu lhes disse que a vítima entraria por esta porta, e por um minuto todos os Senhores e as Senhoras permaneceram olhando para a porta.
Isto indica que existe uma grande dúvida se existiu mesmo um homicídio. Por isso eu peço-lhes que considerem como inocente este meu Cliente.
Os Jurados retiraram-se para a sua decisão. Passados alguns minutos, foi dada a decisão final: O réu foi considerado culpado. O Advogado, surpreso com a decisão do Júri, disse:
— Senhores e as Senhoras, essa eu não consegui entender. Todo o Júri estava na dúvida quanto a ter acontecido um homicídio. A prova do que lhes estou dizendo é que todos olharam para a porta do Tribunal, aguardando a entrada da suposta vítima! Então o que fez com que os Senhores e as Senhoras entendessem como culpado o meu Cliente?
Foi quando o Juiz lhe disse:
— Realmente todos nós estávamos na dúvida, e todo o Júri olhou para a porta. Mas em um dado momento eu olhei para o seu Cliente, e aí… Bom, e aí eu percebi que o seu Cliente se condenou a si mesmo, pois ele foi o único que não olhou para a porta…
Moral da Historia
Não adianta um advogado inteligente e um cliente burro.